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Terceirização e Pejotização: TST Julga Casos que Podem Mudar as Relações de Trabalho no Brasil

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) se prepara para julgar, em fevereiro, dois Incidentes de Recursos de Revista Repetitivos (IRRs) que prometem influenciar diretamente o futuro das relações de trabalho no Brasil. Os casos em questão abordam temas polêmicos e recorrentes nos tribunais trabalhistas: a terceirização e a pejotização. A expectativa é que o julgamento estabeleça diretrizes claras e uniformize a jurisprudência, trazendo maior segurança jurídica para empregados, empregadores e entidades sindicais.

Os Casos em Julgamento:

  • Terceirização: O primeiro caso envolve uma trabalhadora de uma empresa de telecomunicações que teve seu contrato encerrado para, posteriormente, ser contratada por um call center que prestava serviços para a mesma concessionária. A situação, iniciada em 2003, levanta questionamentos sobre a legitimidade da terceirização e a possibilidade de fraude à legislação trabalhista.
  • Pejotização: O segundo caso, iniciado em 2017, trata de um trabalhador de uma indústria que constituiu pessoa jurídica (CNPJ) para continuar exercendo as mesmas atividades, agora como prestador de serviços. O TST analisará se essa alteração contratual configura pejotização e viola direitos trabalhistas.

Embora os casos sejam antigos, ainda refletem situações comuns no mercado de trabalho atual, com empresas buscando novas formas de organização e contratação de mão de obra.

Impacto nas Relações de Trabalho:

A decisão do TST terá grande impacto no equilíbrio das relações laborais no Brasil. Especialistas apontam que o julgamento pode:

  • Definir parâmetros para a terceirização e pejotização: Esclarecer quando essas práticas são legítimas e quando configuram fraude para burlar a legislação trabalhista.
  • Influenciar modelos contratuais: Levar empresas a reavaliar seus métodos de contratação, especialmente em relação à terceirização de atividades-fim e à pejotização de profissionais.
  • Uniformizar a jurisprudência: Criar precedentes que solucionem conflitos entre diferentes tribunais e reduzam a insegurança jurídica.
  • Impactar novos formatos de trabalho: As decisões podem influenciar questões relacionadas a motoristas de aplicativos, entregadores e outros trabalhadores em modelos de economia.

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Divergências e Desafios:

O advogado Luiz Felício Jorge, do Urbano Vitalino Advogados, destaca que os casos em julgamento servirão como “processos-piloto” para estabelecer um entendimento abrangente sobre terceirização e pejotização. Ele ressalta a importância de definir precedentes que solucionem divergências entre tribunais, principalmente em relação à responsabilidade subsidiária das empresas contratantes.

A reforma trabalhista de 2017 e a decisão do STF sobre o Tema 725, que permitiu a terceirização de qualquer atividade, ampliaram as possibilidades de contratação, mas também aumentaram os desafios para a Justiça do Trabalho.

Entre os principais desafios estão:

  • Identificar a fraude: Comprovar a subordinação direta entre o trabalhador terceirizado ou pejotizado e a empresa contratante, elemento essencial para o reconhecimento de vínculo empregatício.
  • Equilibrar flexibilidade e proteção aos trabalhadores: Garantir que a modernização das leis trabalhistas não resulte em precarização das condições de trabalho e perda de direitos.
  • Adaptar a legislação à nova realidade do trabalho: Considerar as particularidades dos novos modelos de trabalho, como o trabalho por plataformas digitais, para garantir a proteção dos trabalhadores.

Entenda:

O julgamento do TST sobre terceirização e pejotização é um marco importante para o futuro das relações de trabalho no Brasil. As decisões tomadas pelo tribunal terão impacto significativo na forma como empresas e trabalhadores se relacionam, e podem influenciar a criação de novas leis e políticas públicas para o setor.

Ricardo de Freitas

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