Momento político e nova Selic podem aumentar investimentos no exterior

A nova taxa Selic divulgada nesta quarta-feira (04) chegou aos 12,75%. Esta é a décima alta seguida na taxa de juros nacional. No mesmo dia, o comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed), o Banco Central Americano, também elevou sua taxa em 0,5%. Para Bruno Fediuk de Castro, Head of Business Development da Allshore Accounting Services (ALLSHORE), “com os novos aumentos e incertezas políticas de um ano eleitoral, deverá ser normal o movimento de brasileiros em buscar outras alternativas fora do país para aumentar os ganhos, ou pelo menos não deixar de ter retornos positivos com os investimentos”, afirma.

Investir em ativos financeiros no exterior têm se tornado cada vez mais comum no Brasil. E os motivos para isso são diversos, como a instabilidade da moeda nacional em comparação a outras consideradas mais “fortes”, como o dólar americano e o euro, bem como a possibilidade de investir em um portfólio maior, diversificando a carteira de aplicações.

Para Bruno Castro, “estes investimentos fora do Brasil também proporcionam uma proteção maior aos riscos nacionais, visto que ativos negociados do exterior estão expostos a perigos diferentes dos internos. Por isso, possuir parte do capital aplicado em economias fortes também é uma estratégia de proteção e mitigação de riscos a longo prazo”, comenta.

Bruno também afirma que um dos principais fatores da instabilidade da moeda nacional nos países emergentes é a relação entre política e economia. “A discussão de pacotes econômicos nas casas legislativas e declarações de autoridades políticas são capazes de desestabilizar o crescimento econômico e enfraquecer a moeda nacional, reduzindo assim o seu poder de compra quando comparada com outras moedas. Justamente por isso, o ano eleitoral faz com que alguns brasileiros enviem remessas de recursos ao exterior para fugir desta imprevisibilidade” completa.

Segundo dados do Banco Central do Brasil, em 2021, os fluxos de Investimentos Diretos no Exterior (IDE) totalizaram aplicações líquidas no montante de US$19,2 bilhões. Os três principais destinos para os investimentos dos brasileiros são: Estados Unidos da América, Ilhas Virgens Britânicas e Luxemburgo. Juntos, os investimentos registrados nestas jurisdições representam mais da metade da totalidade do capital brasileiro no exterior e, juntamente com Ilhas Cayman, quarto destino mais procurado, o percentual de representatividade ultrapassa 61%. Nos últimos quatro anos, foram registrados aumentos consecutivos do IDE declarado ao Banco Central, o que consolida esta tendência de investimentos fora do país.

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No entanto, Bruno afirma que “independentemente das razões que são escolhidas para justificar estas aplicações no exterior, o processo de internacionalização dos recursos deve ser realizado mediante uma análise prévia das alternativas, bem como o investidor deve conhecer os impactos decorrentes desta movimentação. Este é um processo que pode ser executado de diferentes maneiras, podendo ocorrer diretamente pela pessoa física, por meio de uma companhia constituída fora do país, ou ainda por meio de outras estruturas jurídicas, como por exemplo, fundos de investimentos, e também trusts”, completa.

Leonardo Grandchamp

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