Depois de seguidas altas, os preços dos alimentos começam a diminuir e a amenizar o bolso dos consumidores. Em outubro, o país completou três meses de deflação nos combustíveis e produtos alimentícios. Apesar de a diminuição não ser de hoje, ela só foi sentida de verdade no último mês.
A notícia é positiva, porém, a inflação está em 7,17% no acumulado dos últimos 12 meses, sendo que o teto era de 5%. Ainda assim, daqui para frente, é possível que haja maiores reduções, deixando para trás o período de maior alta, quando a pandemia começou.
Os preços atuais não são os mesmos de 2019 e 2020. O aumento é nítido, mesmo em produtos básicos do dia a dia, como arroz, feijão e leite. No entanto, a fase de aumentos parece ter dado uma trégua, e até recuado, como indicam os dados dos últimos três meses.
Em julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) registrou uma queda de 0,68%. Já em agosto a diminuição foi de 0,36% e em setembro a redução foi de 0,29%. Apesar de parecer pouco, esses números começaram a ser sentidos em outubro, quando o consumidor se deparou com promoções reais de alguns produtos.
O ovo, por exemplo, foi um dos produtos mais afetados nos últimos meses. Enquanto a carne subiu mais que o dobro da inflação (cerca de 40%), o ovo se tornou um substituto nas casas brasileiras, o que aumentou a demanda. Segundo levantamento do IBPT, feito entre 2020 e maio de 2022, o produto aumentou 200% acima da inflação. Agora, como é possível ver neste Folheto Dia, no final de outubro uma caixa com vinte unidades que custava R$ 15,99 podia ser encontrada por R$ 11,99.
Outro alimento que está voltando à normalidade é o leite. Até alguns meses atrás, um litro da bebida só era encontrado a partir de R$ 7 nos principais mercados de todo o país. Atualmente, há marcas sendo vendidas por R$ 4,99 ou até menos. Isso é mais uma prova de que a deflação começa a chegar à mesa dos consumidores.
A deflação atual tem sido causada, principalmente, pela queda nos preços dos combustíveis. O etanol diminuiu 12,43%; a gasolina, 8,83% e o óleo diesel recuou 4,57%. Vale notar que os combustíveis têm um impacto muito grande no IPCA. Por fazerem parte da cadeia de abastecimento, afinal, garantem que os alimentos transitem, eles são repassados diretamente ao consumidor. Então, quando o preço está em queda, os produtos também podem ter essa diminuição refletida.
Além do mais, os alimentos sofreram com o preço dos insumos agrícolas, por conta da guerra na Ucrânia. Como o começo do ano era uma época de entressafra, esses produtos eram muito importantes para ajudar o agronegócio. Agora, porém, o país vive o começo das chuvas, o que ajuda na produção de alimentos e, consequentemente, na oferta deles nos mercados. Ao contrário da escassez que eleva os preços, uma boa produção faz com que os produtos sejam vendidos mais baratos.
Ainda não é possível definir se a deflação continuará. A expectativa é que, pelo menos por algum tempo, os alimentos não voltem a subir tão rapidamente quanto ocorreu nos últimos meses. Por enquanto, o consumidor pode aproveitar a trégua para economizar quando faz as compras domésticas nos mercados.
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