Dados do SUS podem ser usados para diminuir filas do INSS

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está planejando utilizar os dados do Sistema Único de Saúde (SUS) para otimizar a concessão de benefícios por incapacidade. 

A iniciativa visa simplificar o processo, tornando-o mais ágil e menos burocrático, através do aproveitamento de atestados médicos eletrônicos e outras informações disponíveis na base de dados do SUS.

Atualmente, o processo de solicitação de benefícios por incapacidade no INSS é marcado por uma análise documental extensa e demorada. A integração com o SUS visa transformar esse cenário, permitindo que atestados médicos digitais sejam reconhecidos com a mesma validade dos documentos impressos. 

Essa mudança eliminaria a necessidade de apresentação física de laudos, agilizando significativamente a liberação dos benefícios e, consequentemente, reduzindo as longas filas de espera.

Como funcionaria essa integração?

A ideia central do projeto é permitir que o INSS tenha acesso a dados de saúde armazenados no SUS para análise dos pedidos de benefícios. Entre as informações que podem ser compartilhadas estão:

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  • atestados médicos eletrônicos emitidos por profissionais do SUS
  • registros de internações e exames realizados em hospitais públicos
  • dados de vacinação e outros procedimentos médicos

Com esse sistema integrado, a análise dos pedidos de benefícios por incapacidade poderia ser feita de forma mais ágil e automatizada, eliminando a necessidade de envio de documentos físicos. Além disso, a comprovação de incapacidade seria mais precisa, já que o histórico médico do segurado poderia ser verificado diretamente pelo INSS.

A proposta também prevê o uso dos dados do SUS para a realização da prova de vida dos segurados. Informações como consultas médicas e vacinação poderiam ser utilizadas para confirmar que a pessoa está viva, eliminando a necessidade de deslocamento até uma agência bancária ou posto do INSS.

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Desafios do INSS

Embora a proposta traga diversos benefícios, sua implementação pode enfrentar desafios técnicos e legais. Um dos principais entraves é a questão da privacidade dos dados dos segurados. Como as informações médicas são sigilosas, será necessário garantir que o compartilhamento de dados entre o SUS e o INSS ocorra de maneira segura e em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Outro desafio é a adaptação dos sistemas de tecnologia do INSS e do SUS para permitir a integração dos dados. Atualmente, muitas informações ainda estão armazenadas de forma descentralizada, o que pode exigir investimentos em infraestrutura digital para que a comunicação entre os sistemas seja eficiente.

Além disso, será preciso definir quais critérios serão adotados para validar os dados médicos. Nem todos os atendimentos realizados no SUS podem ser suficientes para comprovar a incapacidade de um segurado, e será necessário criar protocolos específicos para garantir que a análise dos benefícios seja feita de forma justa e criteriosa.

Próximos passos

O projeto de integração entre INSS e SUS ainda está em fase de desenvolvimento, mas faz parte de um plano maior de modernização dos serviços previdenciários. A digitalização dos processos já é uma realidade dentro do INSS, e a expectativa é que, com o avanço da tecnologia, os segurados tenham acesso aos seus direitos de forma mais ágil e eficiente.

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Nos próximos meses, o governo deve divulgar novos detalhes sobre a viabilidade da proposta e os prazos para sua implementação. Caso a integração seja efetivada, milhões de brasileiros poderão se beneficiar de um sistema mais moderno e menos burocrático.

Ana Luzia Rodrigues

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