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Confira 7 motivos para desapegar do carro de vez

Criado em 1997, na França, o Dia Mundial Sem Carro é uma data especial para se refletir sobre o uso excessivo do automóvel e propor às pessoas que dirigem diariamente novas oportunidades para experimentar, pelo menos por um dia, formas alternativas de se locomover pela cidade, possibilitando ver a vida além do para-brisas e das janelas de vidro.

Luisa Feyo Guimarães Peixoto, especialista em Políticas Públicas e Mobilidade da Quicko, startup de Mobilidade Urbana, explica a importância de datas como a Semana da Mobilidade Urbana e o Dia Mundial do Carro, que este ano será celebrado no dia 22 de setembro.

“Essas datas são importantes para refletirmos sobre como nos locomovemos pelas cidades, mas também nos provoca a pensar como a tecnologia pode nos ajudar a criar novos meios de locomoção e ainda nos proteger de danos que os automóveis podem causar, como poluição, por exemplo”, explica.

Para estimular a reflexão, a especialista listou sete motivos para desapegar do automóvel de vez:

Covid 19: O carro não é mais seguro que os outros meios de transporte.

Ao contrário do senso comum, algumas evidências em diversos países têm apontado que o sistema de transporte urbano não é o principal local de contaminação do novo coronavírus.

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Estudos feitos em Paris, Áustria e Japão não relacionaram os focos da doença ao uso do transporte coletivo.

Obviamente, países com baixas taxas de infecção nos sistemas de transporte público adotaram medidas fortes para evitar a disseminação do vírus, incluindo a obrigatoriedade de uso de máscaras faciais e a desinfecção de trens e ônibus.

Especialistas afirmam que entre a gama de atividades urbanas, andar de metrô é provavelmente mais arriscado do que caminhar ao ar livre, mas é mais seguro do que jantar dentro de casa com outras pessoas.

De modo geral, o próprio comportamento no transporte coletivo, onde as pessoas se mantem silenciosas e de máscara, reduz a probabilidade de contaminação.

Recentes estudos científicos feitos em Harvard e em outras universidades europeias demonstram ainda que altos níveis de poluição do ar aumentam o risco de morte por Covid-19.

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O uso massivo do automóvel trará de volta os grandes engarrafamentos e o aumento da poluição, o que já é uma realidade em alguns locais do mundo.

A cidade chinesa de Shangai, por exemplo, já apresenta níveis de poluição 9% maiores que o fase Pré Covid.

Diante disso, a bicicleta e a caminhada foram destacadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como opções sustentáveis e com baixos níveis de contato social.

– Ter um carro custa caro

Geralmente, na hora de calcular os custos de ter um automóvel, levamos em consideração apenas gastos com combustível ou estacionamento e esquecemos de computar os impostos, manutenção, lavagem, pedágio, eventuais multas e reparos, depreciação do veículo, custo de aquisição, além dos custos de oportunidade, como o aluguel da garagem.

De acordo com a organização finlandesa MaaS Global, cerca de 85% do custo com o veículo está relacionado à sua posse, e não à sua utilização.

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Um levantamento feito pelo Guia Bolso mostrou que os custos mensais de um carro podem variar de acordo com o valor do veículo e com os locais utilização.

Mas em média no Brasil se gasta 1500 reais por mês, ou seja, impressionantes 18mil reais por ano.

Quem utiliza transporte coletivo todos os dias de semana em SP e usa taxis por aplicativo nos finais de semana por exemplo em trajeto de 5 a 10 km, gasta em média menos de 500 reis por mês.

Quem quiser se deslocar todos os dias de taxi por aplicativo durante a semana irá gastar cerca de 700 reais em trajetos de até 5km, menos da metade do custo que teria se a opção fosse ter um carro.

– Pode ser bastante prejudicial à sua saúde

É bastante fácil perceber que utilizar o carro diariamente expõe motoristas e passageiros a altos níveis de stress e poluição, principalmente devido a longas horas de engarrafamento.

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Os veículos urbanos são responsáveis por cerca de 70% da poluição do ar, agravando os níveis de doenças respiratórias na sociedade.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 4,2 milhões de mortes prematuras podem ser atribuídas à poluição do ar ao redor do mundo. Nos últimos 10 anos, as mortes relacionadas à poluição atmosférica aumentaram em 14%.

Mais que isso, diversos estudos ao redor do mundo indicam que países com maiores índices de utilização de automóveis tem níveis mais altos de doenças crônicas – como obesidade, diabetes e doenças do coração.

Enquanto isso, países que investiram no uso da bicicleta registram baixos níveis de doenças relacionadas ao sedentarismo.

O momento do deslocamento pode ser também uma oportunidade para se exercitar e relaxar. Por isso, experimente utilizar um modo ativo (sem motor), como a bicicleta ou a caminhada.

– Acidentes poderiam ser evitados

Muitos especialistas comparam a utilização do carro com o uso do cigarro de algumas décadas atrás.

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Uma atitude tão enraizada na nossa sociedade que acabamos não percebendo o quanto nos faz mal.

Você sabia que uma pessoa morre a cada 15 minutos em um acidente de trânsito no Brasil?

São cerca de 33mil mortes no trânsito por ano em nosso país. Além disso, o número de internações é 7 vezes maior, sobrecarregando o sistema de saúde. Mais da metade de todas as mortes no trânsito ocorre entre os mais vulneráveis: pedestres, ciclistas e motociclistas.

A velocidade das vias está diretamente ligada à taxa de fatalidade do acidente. O risco de morte para pedestres atingidos por automóveis aumenta em 4,5 vezes ao elevar a velocidade de 50 km/h para 65 km/h. E os acidentes são a principal causa de morte entre crianças e jovens de 5 a 29 anos.

– O meio ambiente agradece

Além do impacto nocivo da poluição do ar na saúde dos cidadãos, veículos movidos à combustão emitem altos níveis de CO2, gás que promove o agravamento do efeito estufa e do aquecimento da temperatura terrestre.

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Esse processo tem provocado escassez ou excesso de chuvas em algumas regiões, provocando secas ou enchentes, além de impactar negativamente até a produção de alimentos e o derretimento das calotas polares.  

E mais que a emissão de poluentes durante o uso, a produção de um carro consome uma quantidade absurda de recursos naturais.

Um automóvel pode pesar de 900 kg à 2.000 kg, chegando corresponder a 25 vezes o peso de uma pessoa.

Será que precisamos mesmo de um equipamento dessa dimensão para nos deslocarmos? Por que não podemos ser mais leves e sustentáveis?

– Existem muitos serviços de transporte que substituem o carro próprio

Atualmente, existe uma grande diversidade de serviços de mobilidade que vão além do transporte coletivo como, por exemplo, taxis e carros sob demanda, aluguel de carros, veículos, bicicletas e patinetes compartilhados etc.

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A cada dia fica mais claro que possuir um automóvel se torna menos vantajoso. A tecnologia permite usufruir da liberdade de utilizar todos os meios de transporte da melhor maneira que se encaixar na sua rotina.

Estamos na era da mobilidade digital, da mobilidade como serviço. Através de plataformas digitais agregadoras será possível acessar diversos serviços de transportes, facilitando cada vez mais as decisões e a experiência de quem se desloca nas cidades.

Essas plataformas oferecem informação em tempo real sobre os diversos modos de transporte e meios de pagamento integrados, criando uma experiência mais fluida, confiável e agradável para todos que se deslocam nas cidades.

– Conheça a cidade onde você mora e aproveite seu caminho

Você já percebeu a diferença de passar em um locar de carro ou caminhando? O quanto daquele local você consegue conhecer e até desfrutar?

Quem caminha pelas cidades nota mais o lugar onde vive e as pessoas que por ali habitam.

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Quem só anda de carro não se dá a oportunidade de descobrir a beleza das cidades, conhecer seu vizinho, descobrir um restaurante novo ou uma praça escondida no meio da selva de pedra.

As cidades foram criadas para aproximar as pessoas e proporcionar oportunidades de trocas entre elas.

Um estudo da Universidade de São Francisco demonstrou que a velocidade de uma via impacta diretamente nos níveis de interação entre seus vizinhos.

Pessoas que andam a pé consomem muito mais em negócios de rua e incentivam o desenvolvimento econômico local. Cidades com pessoas nas ruas são extremamente atrativas e seguras.

Por Quicko

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Esther Vasconcelos

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Esther Vasconcelos

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